JOSÉ CAMARANO

José Camarano é mineiro, mas sua alma, carioca. Multifacetado, coleciona talentos e conquistas: é stylist, diretor de conteúdo para web, consultor de moda e lifestyle, dono da agencia criativa Hale.ag… e o que mais a sua criatividade permitir que ele seja. Depois de uma temporada internacional em Nova York, com direito a um período pé no freio se reconectando com a natureza no Havaí, Camarano está de volta ao Brasil e contou pra gente como ele enxerga e reconhece o sucesso.

RE-SEARCH

Reaprendendo os valores do Sucesso

“SUCESSO é paz de espírito.

SUCESSO é ter amigos em quem confiar.

SUCESSO é ficar em silêncio.

SUCESSO é viver do que se gosta.

SUCESSO é não ter tanto apego.

SUCESSO é encontrar seu próprio ritmo.

SUCESSO é se conectar com você mesmo.

SUCESSO é se sentir parte do todo.

SUCESSO é respeito mútuo.

SUCESSO é equilíbrio.

SUCESSO é puro amor.”

Quando me convidaram para escrever sobre o que é sucesso para mim, não foi difícil imaginar o que dizer. Já faz 7 anos que estou atrás dessa resposta e acho que finalmente a encontrei.

A palavra SUCESSO sempre me acompanhou. Desde criança, somos ensinados que sucesso é sinônimo de poder e, em seguida, poder e riqueza. Aprendemos que sucesso é ter o controle em suas mãos. É algo que está muito atrelado aos bens materiais e a se dar bem na vida. É garantir o futuro da família. Está ligado ao acúmulo, ao certeiro e a impressionar os outros. A fazer o que se é esperado. Provar que você é capaz e que pode fazer o que esperam de você.

E assim crescemos, correndo atrás do sonho, muitas vezes sem saber que o sonho pode virar fumaça.

Eu me lembro muito bem que sonhava com o dia em que estaria muito ocupado, fazendo muito dinheiro e sem tempo para nada. Mero engano. Segundo o que se entende como sucesso no mundo “normal”… eu cheguei lá! Fiz meu dever de casa e atingi o que eu mesmo considerava sucesso. Mas não estava feliz. A busca por esse tipo de sucesso pode ser perigosa, pois pede estímulos cada vez mais altos. Shots de adrenalina, sangue nos olhos e luta pelo poder. Obviamente dei um curto circuito de leve. Digamos, um tilt. rs…

Até que eu resolvi desacelerar. Fui parar do outro lado do mundo e do outro lado da moeda. Parei minha vida agitada e fui experimentar a vida slow no Havaí. Morei por 4 meses numa fazenda, fazendo um trabalho de reconexão com a natureza (que mostro no meu documentário SEARCH.DOC). Eu estava me sentindo totalmente desconectado das coisas que, naquele momento da vida, realmente importavam pra mim. Aprendi muito por lá. Entendi também que a vida slow não era totalmente a minha onda. Entendi que eu precisava criar um caminho proprietário que sintonizasse o melhor dos dois mundos. Cidade x Natureza. Precisava me equilibrar. Achar o meio do caminho.

E…bingo! Foi nesse momento que descobri uma coisa nova na vida. Que cada um tem o seu ritmo. Que não podemos simplesmente seguir um padrão designado para nós. Que precisamos nos respeitar. Que é necessário se reinventar, se redescobrir, se redefinir para nos reencaixarmos neste mundo. Da nossa forma. Do nosso jeito. Se não coubermos numa caixa, inventemos uma!

Desde então, algo mudou dentro de mim. Descobri, através da busca pelo meu equilíbrio, o meu sucesso. Meu prazer, minha pólvora e combustível. A busca pelo autoconhecimento me fez ter a noção de quem eu realmente era e de como poderia me conectar com as coisas que simplesmente me faziam bem na vida.

Saí do Havaí, de volta para Nova Iorque, com a certeza de que iria levar comigo ferramentas para encontrar esse equilíbrio, desta vez, na cidade. Surgiu também a vontade de partilhar essa descoberta e de ajudar o mundo a ser um lugar melhor. Não havia mais como voltar atrás e como negar esse desejo. Foi realmente como um despertar.

A primeira certeza que eu tive foi de que era necessário deixar para traz toda e qualquer coisa que me fosse autodestrutiva: excessos em geral, cigarros e todos os tipos de química (tanto nos alimentos, como nos cosméticos e produtos de limpeza). Mudei também a maneira como eu descartava o lixo e fiquei atento em como e porquê eu usava a minha voz. Tudo começou a importar e entendi que acreditar que fazemos diferença no mundo é fundamental.

De volta à cidade, fui em busca de ações e programas que me reconectassem à natureza, sem ter que me mudar para me afastar da vida urbana. Foi aí que nasceu a ideia da continuação do filme SEARCH.DOC, em que apresento algumas dessas descobertas e possibilidades.

Primeiro, me conectei com a galera do SURF urbano. O surf, para mim, já tinha virado uma prática esportiva e meditativa. Estar distante da terra, esperando uma onda, me faz ir mais longe espiritualmente e energeticamente. Ficar em silêncio faz bem. Você se ouve…

Descobri que os surfistas iam de metrô até as praias de Rockaway, fugindo da cidade, no melhor estilo Blade Runner, e se deparavam com uma praia (não tão lindas quanto as do Rio) 100% natural.

Também visitei duas fazendas urbanas, onde as pessoas podem colocar a mão na terra, trazendo pro seu dia a dia o contato com a natureza. Plantar e colher. Outro ensinamento básico do qual nos desconectamos…

Para terminar, fui até um centro de Yoga e meditação no coração de Manhattan, o Woom Center, que usa projetores e Sound Healing para transportar os clientes para outros universos possíveis (reais e virtuais).

Depois de percorrer esta trajetória de descobertas, decidi voltar para o Rio, onde reencontrei meu equilíbrio entre cidade e natureza, respeitando, enfim, o meu próprio ritmo.

Aqui, encontramos tudo isso e muito mais espalhados pelos 4 cantos da cidade. O Rio, para mim, apesar de todos os problemas de abandono, ainda segue como o melhor lugar do mundo.

Natureza, cidade, calor humano. Purgatório da beleza e do caos. Escaladas, pedal, asa delta, kitesurf… Aventuras, para dentro e para fora… É fácil achar o equilíbrio aqui. É fácil olhar pra dentro. SUCESSO hoje, para mim, é ser a mudança que você quer ver no mundo. Dar valor ao que se tem. Ter saúde e sorte, que o resto vem… É ter saúde e sorte. Que o resto vem <3.