MÁRCIA CABRAL

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      O meu percurso de vida, até aqui_ como sujeito, como profissional _ tem me mostrado que a parte da qual não abro mão a cada movimento micro ( que vêm a constituir o cotidiano, o diário ) é de rigor, é da excelência no trato do material com que se lida. Acreditava que, quando ficasse mais velha, fosse me tornar mais tranquila, menos severa e exigente de rigor, mas que nada… Quanto mais me equipo para produzir coisas no mundo, mais me desconcerta a falta de vontade de excelência com que me esbarro no mundo entorno. Certamente deslizes acontecem. Mas, se partimos para o mundo nos contentando com o bom ( o adequado ), quando conheceremos o excepcional? 0 encontro com o excepcional é um prazer estético insuspeitado. Vivo tensa ( risos ) , mas não abro mão de encontrar o intenso por mais raro que seja.

      A verdadeira conquista: ser dono do seu espaço e tempo

      O convite dos editores leia FOXTON foi para falar de conquista cotidiana com viés de designer gráfica. De imediato, conquista cotidiana pareceu uma “fala fácil”, conhecida de longa data. No entanto, quando parei para organizar o texto, me vi percorrendo um labirinto. Impossível não ver a sagacidade dos editores: um convite ao labirinto, mas, com uma ‘fala mansa, banal’. Nada há de banal em ‘conquista cotidiana’. Então, de onde vem complexidade? Preferi recorrer à escrita por tópicos, tal como pontos de entroncamento de um mapa, para atravessar o labirinto. Vamos a eles:

      1. Conquista Cotidiana

      O enunciado ‘conquista cotidiana’ traz, no seu próprio interior, a complexidade do paradoxo da condição humana:

      A vastidão de possibilidades X A decisão por finitos